sábado, 25 de outubro de 2008

Nacos de Nuvem - Maiakóvski


No céu flutuavam trapos
de nuvem - quatro farrapos:

do primeiro ao terceiro - gente;
o quarto - um camelo errante.

A ele, levado pelo instinto,
no caminho junta-se um quinto.

Do seio azul do céu, pé-ante-
pé, se desgarra um elefante.

Um sexto salta - parece.
Susto: o grupo desaparece.

E em seu rastro agora se estafa
o sol - amarela girafa.

1917-18

Maiakóvski
(Tradução de Augusto dos Campos)

6 comentários:

Bazar do Desapego disse...

Lindo! Hermano, por essas e outras que eu te amo =)

Anônimo disse...

É do Hermano?

Dizem que na verdade vemos as formas das nuvens de acordo com aquilo que desejamos no momento. Um vez vi uma garrafa, era um dia quente de verão e com certeza a garrafa era de cerveja.

Anônimo disse...

É do hermano não. hehe. É o hermano que postou!

Vanessa disse...

Linda foto! Linda poesia!

Anônimo disse...

Essa foto lembra minha infância... ai que delícia era assoprar os pelinhos dessa plantinha e vê-los sumindo pelos ares....queria ser um pelinho desses...rs
Dri

Anônimo disse...

Eu lembrava do "pé ante/pé, se desgarra um elefante" que fez parte de uma pergunta de um livro de português quando eu era da 1ª ou 2ª série... eu tinha 8 anos e achei essa poesia aqui buscando esse trecho ^^