quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Bresson, quero brincar!

Semana passada fui ver a exposição do Bresson, conhecido pelo seu brilhantismo em captar o cotidiano ao ponto de elevá-lo ao extraordinário, apressava-se em dizer que o extraordinário acontece com frequência.
Experimentei, caminhei pelas ruas procurando o sublime que se mostra no corpo. Comprovei mais uma vez a genialidade do fotógrafo - depois da frustração de não conseguir as fotos desejadas -, resolvi abrandar a tristeza, descrevendo-as. A partir de agora, fique de olhos bem abertos:
Imagem1 – As três moças da rua Avanhandava
Caminhava pela rua, quando reparei em três moças encolhidas umas nas outras, unidas de tal modo que fez lembrar a Medusa, tentavam em vão proteger seus vestidos curtos do vento forte, ao fundo, senhores vestidos elegantemente observavam a cena.
Imagem 2 – Dois ganhadores de um único jogo
Em uma esquina no centro da cidade, dois garotinhos brincavam de apostar corrida em volta de um canteiro. Até que um deles desistiu ao perceber que não alcançaria o outro, o duelo estava perdido. O outro, quando notou que perderia o parceiro de brincadeira, diminuiu o ritmo, deixando que o adversário ganhasse. Acredito que só Bresson conseguiria fotografar o momento da vitória: o do primeiro porque ganhou e do segundo porque brincava.
Cena 3 - Área para fumantes
Finalmente consegui tirar uma foto, mas confesso, essa foi fácil. Os cativos, digo, fumantes, não podiam se movimentar muito durante o ato. A cena cotidiana me chamou atenção pela (...). Diga você, o que vê?

Eu só quero brincar...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Será que merecemos um apocalipse?

Será que merecemos um apocalipse?
São tantas teorias, inúmeros filmes, muitos são os materiais que falam do fim. Do pó, do sumiço, do famoso “já era”.
Epidemias globais, meteoros, terremotos, tsunamis, guerras nucleares, profecias, 2012, o Sol.
1999 passou incólume tirando alguns casos isolados. Não fomos beneficiados pelo fim nesse fatídico ano. Alguns que pensaram sobre e viveram loucamente a véspera do “fim” começaram o ano 2.000 fechando parcelamento bancários.
Dez anos se passaram e mais um fim é anunciado. Faltam-nos 3 anos segundo as previsões que colocam 2012 como o ponto final sem reticência na historia humana. Mas enfim, será que nós merecemos isso? Somos dignos de não termos mais o sofrimento, as angústias e as lamurias que todas as gerações viveram sem apocalipse? Somos merecedores de não enterrarmos nossos amados? Qual nosso mérito para sairmos sem pagar a conta do cemitério?
E mesmo para os que ficam o apocalipse seria uma opção interessante. O espólio de um mundo sem alguns bilhões de pessoas deixaria a vida de quem fica mais tranqüila, pelo menos no que tange a esfera de recursos naturais e as próprias bem feitorias deixadas pelo homem, colocaria os remanescentes numa condição de vida confortável. Dependendo claro do tipo de apocalipse, mas enfim, acredito que espaço não faltaria.
Sinceramente, não sei e não há caminhos para saber, mas devemos admitir é muita pretensão acharmos que somos tão especiais assim em detrimento dos que viveram e morreram antes.