quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Love Station


Chego ofegante, mas perco o ônibus. Irrito-me. Minha agitação é neutralizada pela ansiedade da mulher à minha frente. Respiro Fundo. Sinto o cheiro do amor. O amor maduro é elegante e ansioso, a mulher desassossegada espera por alguém... me distraio. Quando vejo, a mulher caminha ao encontro do sossego.
Ele todo sorriso, conta histórias sobre filhos, escolhas e cafés. Lança seu longo braço sobre o corpo dela. A expressão de sua saudade é medida pela a força que emprega ao apertar carinhosamente o antebraço dela. Permanecem conversando, “quase abraçados”. Ela continua ansiosa, mas espera, até o momento que ele a abraça por completo, aí sim, ela se joga e oferece sua boca. O beijo cala o descompasso.
O amor da juventude tem cabelos sedutoramente desalinhados, e caminha em linha reta, vai e volta, vai e volta, vai volta, vai e volta... um vulto passa por mim. É ela correndo, não tenho tempo de vê-lo, ela se joga em seus braços e rouba um beijo.
Minha boca faminta engole seco. Enquanto minha história não chega, farejo à minha volta o amor alheio, que não alimenta, mas me mantém viva.

8 comentários:

Anônimo disse...

Putz, muito legal esse texto Clau, de verdade. A frase final "farejo à minha volta o amor alheio, que não alimenta, mas me mantém viva" é fantástica. Já farejei incontáveis vezes o amor alheio, acho às vezes que esse cheiro não produz mais o efeito desejado. É que também sinto um misto de tristeza e ciúmes, que suga as forças...mas é coisa passageira, e logo chega um sopro da vida através de um olhar ou um sorriso tímido...Maravilhoso texto!!!

Taw disse...

eita...

uma hora chega...

xD

Mill disse...

Que percepção... poucos a tem hermana querida...

Mas tenha calma, nossa hora chegará querida...

Como dizem, tem sempre um chinelo veio pra um pé torto rsrs

amo-te querida

Anônimo disse...

Ai Clau,
Acho que eu ando desembarcando em estações erradas! rsrsrsrs
Mas acredito fielmente que um dia desembarco do lado certo do trem, tomando sempre mto cuidado com o espaço entre o trem e a plataforma! hahaha
Beijos, flor!

Anônimo disse...

é, uma bela observação, mesmo que como figurante. Mas a vida vai mudando os agentes, de forma cíclica e sempre chega a hora que somos escalados como protagonistas.

Anônimo disse...

Abra-te! E o mundo lhe preencherá!

Birra disse...

"...farejo à minha volta o amor alheio, que não alimenta, mas me mantém viva".
Você foi sensacional quando disso isso assim.
Lindo texto, Clau!

Beijos. =)

Vanessa disse...

Ahhhh estas estações! Quantas histórias passeiam por lá...