
Eu quero escrever tanta coisa, mas sou aquele velhinho que foi vencido pelo jabuti na luta contra o degrau de sete centímetros. Só me resta deixar as palavras caírem como pingos, aqui e acolá. Feito chuva.
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Já passava da 1 da madrugada, a Consolação estava só. Chovia tanto que não havia espaço para maldade. Caminhei pelo meio da rua, faróis verdes ou vermelhos não faziam mais sentido. Em meus ouvidos: o choque bruto da água que cai contra o guarda chuva. Retardei o quanto pude os quarteirões que me levavam para casa.
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Ela está lá, pendurada na porta do pequeno guarda roupa. Luiz Francisco* costumava passar cuidadosamente a camisa do seu Corinthians e saía pela rua exibindo a liberdade das grandes paixões. Faz tempo que ele não veste sua liberdade, com medo de que seu barraco suma sem mais nem porquê, ele não vai mais ao estádio.
A moça dança com a taça de dry martini na mão, no ritmo do rock n' roll mergulha dos dedos na taça e os desliza nos lábios do parceiro.
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Solte seus cabelos, foi o que ele pediu a ela que sempre viveu com os cabelos presos.
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Abri um livro em um sebo e encontrei essa foto, deixei o livro, mas levei a foto.
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Talvez, só talvez, tudo isso não passe de uma chuva tão forte que corre em direção ao bueiro e quando acaba, perguntamos: será que choveu? Com sorte, teremos sol amanhã.
* Luiz Francisco foi um dos entrevistados por Marcos Faerman na reportagem: Gênesis
7 comentários:
Oi Clau! Agora que sabes q te leio dá uma passada lá no meu blog tambem =D
adoro teus textos.
beijinhos!!
Juro que me senti na chuva!!!! rs
Bjos
Kika
Cloude...cloude....
Muito bom seu texto!!!
Sempre com belas imagens e sobretudo pitadas do cotidiano!
Espero que vc sempre nos presenteie com essas pitadas e sacadas legais dos nosso dias!
Gostei bastante!
Se cuide!
Bjos!!!!!
Rogério Ceni
Hermana, a sensibilidade cada vez mais salta a vista.... Tudo a flor da pele....
De quem será o busto?
Um beijo querida
Olá, menina Clau... Nestes teus pequenos olhos você carrega e despeja as letras numa combinação que nos emociona. Nos emociona e nos faz sentir na pele, na mente e no coração tudo o que viu deslubrantemente.
Palavras minhas ditas assim não sei se com total compreensão te faram entender o que sinto ao ler o que burbulhantemente você derrama e nos faz viajar.
Não pare... continue... você quem sou, não sabe?
Curti os textos, minha amiga, mas a foto...rssss
Bj.
Cido
Olá,
Primeira vez por aqui, via Haja Salto... Adorei o seu blog! Gostaria de adicionar seu link ao Quebrando o Salto, se assim você permitir. Abs, Maria Rita.
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