quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quando não há palavras

Dia desses, esperando uma amiga no metrô Consolação, fiquei observando um bebezinho. Ele caminhava devagar e seus passos eram graciosamente descoordenados. Sua mãe, suponho, o segurava pela mão. A outra mão ele mantinha levantada, indicando o seu querer - que a outra criança, que estava à frente, a segurasse. Ele não disse nada, talvez não conseguisse, talvez não soubesse como dizer, mas permaneceu com a mão em riste . Muitos passos depois, a outra criança - um menino de uns 4 anos - entendeu seu desejo . Da maneira errada, mas imediatamente o menino segurou a sua mão. A descrição parece boba, mas me fez pensar em tantas coisas que não conseguimos dizer. Somos pequenos diante do que vivemos e ,por vezes, não há palavras para o que sentimos. Para momentos como esses, temos lágrimas, mãos. Corpo. Por isso, nesse momento, fecho meus olhos e estendo minha mão para meu destino. Desejo intensamente que ele me entenda.

9 comentários:

Ananda Calves disse...

Marida...
Que os nossos nos entendam... nos aceitem... e nos tragam o melhor... nao em quantidade ou qualidade, mas em aprendizado...
NAMASTÊ (com o coração ainda disparado!)

Ana Luiza disse...

Então o "descooooooordenado" era p isso? e eu pensei q vc estivesse trabalhando! hahaha.

Mas é bem por aí...as vezes, não precisamos saber o caminho (pois estamos descoooordenados). Basta saber o ponto de chegada!

Bjs

Fabio Chiorino disse...

a gente fala demais e observa de menos. Talvez os bebês sejam o caminho para compreender que a vida se faz com pequenos gestos

Mill disse...

Para certas coisas ainda não existem palavras hermanas, tão pouco discrições... Os que mais se aproximam da descrição de sentimentos e sensações em palavras são elevados ao posto de admiráveis escritores...

Nesse sentindo, acredito que está seguindo o caminho correto

Linda percepção hermana linda

Beijo

Paulinha Barboni disse...

O Corpo fala e a alma pede, nesse momento é bom que nos calemos as vezes.

beijo

Déia disse...

Quando li a primeira vez uma parte dessa história me emocionei bastante! Como sempre me emociono com as suas histórias e a sua maravilhosa contribuição com o mundo através dessa sensibilidade que poucos tem! Só te digo uma coisa: Continue escrevendo Claudiana. Continue sempre expondo essa sua baita perspectiva do mundo!
Beijos saudosos!

Anônimo disse...

Ai, ai ai!
Aconteceu comigo agora, estou sem palavras para comentar o seu texto.
Hahaha.
Mas as pessoas quando se conhecem bem e se amam, pequenos gestos, dizem muitas coisas.
Beijos

Jorge disse...

Não sou anonimo, sou tecnologicamente limitado.nunca consigo enviar direito.

Fadulzitos disse...

Pq temos de crescer e ter responsabilidades? Essas crianças é que são felizes. Aprendemos a falar e só dizemos besteiras... quando precisamos falar alguma coisa útil, buscamos a palavra mais adequada e ela não vem! Deve ser como vc disse, às vezes não há palavras que expressem o que estamos sentindo... lindo texto!